segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Velha

A velha é chata e ressentida. Reclama, xinga e desdenha. Se há algo errado, o pequeno prazer de dizê-lo é dela.
Nem sempre foi assim a velha, sabe. Quando a velha ainda não era velha, o mundo era uma grande oportunidade aos seus olhos. De todas as palavras a sua preferida era esperança. Naquele tempo seus olhos brilhavam de vivacidade e vontade de fazer acontecer. E ela acreditava na bondade em tudo e de todos.
Mas então as decepções que a vida lhe deu apagaram o brilho, a esperança ficou gasta. Agora, o que resta à pobre velha é maldizer o mundo que desfez seus planos de um futuro que não aconteceu.

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